10/07/2019

Não sei qual foi a minha necessidade espontânea de voltar aqui. Passaram-se uns bons três anos desde a última vez que usei este espaço. Para dizer verdade acho que foi também nessa altura que desisti da escrita como maior paixão da minha vida.

Não sei o que aconteceu. Entretanto arranjei outras distracções, pode-se dizer assim.

Primeiro a universidade e agora o mundo do trabalho.

Não podia estar mais desiludida no que diz respeito ao meu trabalho anualmente, para dizer verdade.

Agora percebo todas as metáforas e comparações que as pessoas me faziam ver sobre o roubar-nos a energia, a criatividade... no fundo a nossa alma e o nosso ser.

Olhando de um ponto retrospectivo para os meus dias o trabalho é o que me está a arrastar para baixo. Não o conceito de trabalho em geral, claro. Tenho de confessar que adoro estar ocupada e fazer tarefas que me ocupem. É este trabalho especificamente, sem propósito e sem paixão, que me leva aos limiares do exesperamento e cansaço.

Tenho de me relembrar também que não me posso comparar aos outros (defeito que sempre perdura em mim) e apenas me posso analisar com base na pessoa que eu era ontem.

Regressando a este blog fico feliz por realmente ver o que passei e ultrapassei (mais concretamente).

Desde 2016:

- Tornei-me a primeira aluna da UFP na Coreia do Sul
- Ganhei uma bolsa para estudar lá
- Tornei-me vegan
- Encontrei o amor da minha vida
- Conclui o meu curso universitário
- Tirei 19 no meu projeto de graduação
- Regressei à Coreia do Sul
- Criei um canal de youtube com quase 2000 subscritores
- Ganhei coragem de pedir ajuda numa psicóloga

Tudo isto pode parecer algo insignificante, porém eu tenho que me relemebrar do quão importantes são estes feitos e do quão diferente me tornam.

Acho que esse foi um dos maiores problemas no mundo do trabalho. Tornei-me mais uma. Mais um peão dispensável, obrigado a fazer um conjunto de tarefas dentro de uma caixa, inúteis e destinadas a alimentar o consumismo.

Não tenho a ilusão de alcançar a perfeição, nos dias de hoje. Aliás, exatamente pelo contrário, parece que quanto mais envelheço menos me preocupo com a opinião dos outros e as suas contradições.
Tornou-se muito mais fácil assumir um "vai à merda" do que um "desculpa".

Sinto que tenho de adoptar alguns dos meus hábitos antigos contudo. Os que faziam de mim uma cabra forte. Sim, nem sempre a mais simpática mas cresço e apercebo-me que a simpatia não é relembrada.

Não quero por isso dizer que devo abandonar o meu desejo de ser kind e positiva para com o mundo. Apenas preciso de encontrar mais formas de me protejer e refugiar dos que não me querem bem.

Encontrar uma luta;

Voltar para a guitarra;

Deixar as redes sociais;

Fazer um vídeo para o youtube;

Fazer exercício;

Arrumar o meu espaço;

Sair de casa todos os dias;


Encontrar uma luta. Era o grande o objetivo do meu 2017. Não sei o que me motivou para tal... Talvez a necessidade de encontrar o meu grande propósito aqui, enquanto existo.

Durante todos os anos da minha adolescência dei por mim perdida. No mundo e em mim mesma. A todos os adolescentes que me ouvem agora: não estão sozinhos.

Felizmente creio que esse problema para mim está-se a resolver. Neste momento não é a minha identidade, os meus defeitos, as minhas qualidades, que me atormentam. Neste momento a minha grande questão é o que fazer com ela... O que vou fazer com o meu tempo, a minha força, os meus recursos?

Todos temos uma luta, eu ainda estou à procura da minha.

Regressão

Como sempre é a necessidade que me traz aqui, o meu próprio egoísmo e vontade de escrever. É engraçado como este blog cresceu.

Desde que era a Lace, insegura, cheia de sonhos e vontades até poder voltar a mim mesma. E depois... perder-me outra vez. É o estado em que estou agora.

Tenho saudades da rapariga de cabelo azul e de tudo o que ela representava. Tenho saudades de passar todos os momentos com as mãos na guitarra, no piano ou no microfone. Tenho saudades de poder ler um livro todos os dias, tenho saudades de ter um blog completamente funcional e cheio de comentários. Este mundo tornou-se um monólogo para mim, tal como a minha vida. E a culpa é minha. Sem sombra de dúvida.

Creio saber quase ao certo o momento em que me virei lentamente para esta personalidade, presa entre nada e coisa nenhuma. Quero voltar atrás. Apagar este nevoeiro que não é triste, nem feliz, apenas dormente.

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Sinto que me desleixei. Lembro-me de quando este blog (ou melhor, a sua casa original o Tears of Chocolate) era grande. Sempre cheio de posts, comentários. Não vos estou a culpar, nem a culpar-me a mim. É simplesmente um desabafo à pessoa que eu era antes.

Critiquei-a muito. Punha-a sempre para baixo. Só agora é que estou a começar a perceber que a Ana de agora tem muito a aprender com a Lace da altura.

Sinto vontade de continuar, contudo. Vou começar o meu primeiro emprego, numa rádio local. Mandei cv's para tudo o que é sitio e espero poder também escrever para um pequeno jornal. Dinheiro? Nenhum. Por enquanto preciso é da experiência.

E de novo vem aquele pensamentozinho. Cria um canal no youtube. Cria. Anda. Vá lá. Portanto, vou fazê-lo. As que estiverem dispostas a apoiar-me nesse novo projeto um grande obrigada. Sinto que nunca poderei agradecer o suficiente pelas pessoas que encontrei na blogosfera. Neste momento a única dúvida reside no idioma que adotarei para o canal.  Inglês vs Português. Sugestões?

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Estás mais gorda, não estás? Fazes algum tratamento para o acne? Tens um estilo... diferente. Porque é que estás sempre de porta fechada? Estudas numa universidade privada não é? Falas de uma maneira tão chique, porquê?

Cresci rodeada de críticas. Há muito que as superei. A minha experiência dolorosa e marcante com o bullying tornou-se a minha melhor armadura. Porém por alguma razão ainda continua a magoar quando essas palavras provêm das pessoas que eu mais amo no mundo, das pessoas que eu protejo e apoio dia após dia de forma incansável.

Não preciso de um obrigada, a vossa gargalhada perante as minhas palavras basta-me, o vosso sorriso perante o meu basta-me, a vossa vontade de ficarem ao meu lado mostra-me que gostam de mim. Eu sei que gostam de mim, quero acreditar nisso porque de alguma forma as vossas críticas incansáveis dia após dia, os vossos lembretes de que eu é que estou sempre errada, a vossa determinação em fazer-me sentir inferior mostram-me exatamente o contrário.

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Os segundos passam, os minutos passam, as horas passam, os dias passam, as semanas passam, os meses passam, os anos passam... E tudo o que peço é por um botão de reset. Uma vontade de voltar atrás e reviver ou refazer momentos. Momentos bons ou momentos maus.

Demasiado tempo livre faz-me isto. Demasiado tempo comigo mesma faz-me isto. Deixa-me a pensar em coisas que apenas me mergulham na letargia cinzenta e sem sabor.

Durante estas horas o mundo deixa de ter cor, deixa de ter sabor, deixa de estar ao meu alcance.

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 É das melhores sensações do mundo vermos um desconhecido transformar-se lentamente numa pessoa sem a qual não podemos viver, uma pessoa que eventualmente fará parte de nós.

É uma das piores sensações do mundo vermos essa parte de nós afastar-se e tornar-se de novo um desconhecido, protegido apenas por uma capa de sorrisos educados e de palavras vazias.


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