Pequenos pensamentos aos quais eu não consigo atribuir sentido, ordem ou razão #1



Não fiz 18 anos assim à tanto tempo quanto isso.

Lembro-me da quantidade de pessoas que me abordaram. Umas diziam-me "Parabéns, agora é que a vida realmente começou" e outras garantiram-me "vai continuar tudo igual, é só um número ".

Confesso que no inicialmente dei razão às segundas pessoas, sentia-me na mesma. Tudo permanecia semelhante, era apenas uma data no calendário que tentava ditar uma mudança que não tinha que existir. Agora percebo, porém, que estava errada.

Aos poucos a realidade foi -me apanhando de uma forma que era impossível quando tinha 17 anos e estava protegida por barreiras que só agora começo verdadeiramente a entender. É uma responsabilidade diferente porque a maior mudança não é de como tu olhas para o mundo mas como o mundo olha para ti. Ganhas uma liberdade no papel mas na realidade perdes outra.

Thank you Byung Hee


Aquele momento em que descobres uma personagem que te retrata tão fielmente que chega a ser doloroso. Aquela personagem que por um milagre de um ator, produtor, realizador, o argumentista ou escritor ganhou vida.

Aquela personagem cria uma ligação contigo estranhamente forte. É como como se te visses ao espelho ou pelo menos uma parte de ti.

Ouço muitas vezes pessoas dizerem que se identificam com certas personagens fictícias e defendem-nas através de tudo e todos mas isto... Isto foi diferente. Senti-me pela primeira vez em muito tempo que estava na beira da cadeira a assistir a alguma coisa, mais do que torcendo pela personagem vivendo as situações com ela, sabendo sempre o que ela faria a seguir porque pensávamos exatamente da mesma maneira.

Obrigada a todas as pessoas que contribuíram para aquela personagem que estranhamente me marcou e tirou-me da monotonia em que estava presa. Fizeram-me ver o mundo de forma diferente, por muito cliché e desesperadamente açucarada que isto soe.

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Existem certas coisas, certos momentos que despertam certas memórias, certos sentimentos.

Não sinto falta da pessoa, simplesmente sinto falta dos momentos que vivi com ela ou por ela.

Penso nessa pessoa com um certo carinho, foi ela que me ensinou verdadeiramente o que era ser amada no sentido romântico da palavra.

Porém ao mesmo tempo foi ela que despertou este estado em que estou presa agora. Esta ausência de sentimentos, esta dificuldade em confiar.

Talvez esteja a ser demasiado dura com ela. As coisas limitaram-se a acontecer e estou cansada. Cansada e farta. Não me quero prender a um rancor sem significado que só me destrói.

Ele seguiu com a sua vida e agora que já não restam sentimentos quero seguir com a minha. O que tenho de fazer? Por muito que lhe grite não vou
ter resposta. Nem sei se quero uma para ser sincera.

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Já me apeteceu parar tudo e apenas correr.

Correr até as pernas gritarem, implorarem por descanso, correr até os pulmões parecerem prestes a explodir, correr até que tudo ficasse para trás.

No entanto, nunca o fiz. Nunca fugi de nenhum problema. Calculo que isso seja positivo mas não o faço por mim. Nunca corro porque sei que deixo pessoas para trás. Nunca corro pois sei que as iria desapontar, desiludir, magoar.

Amo-as e por elas sacrifico a minha vontade de correr. Porque sei que apesar de nunca correrem comigo são elas que quando mais preciso me ensinam a voar.

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Achei que como este era o primeiro post do ano precisava de fazer um apanhado geral de tudo o que aconteceu em 2015. Vá julguem-me.

No ano passado, neste mesmo dia, a esta mesma hora aonde estava eu?

Como era sexta feira provavelmente a esta hora estaria enrolada no sofá, perto da minha janela do meu quarto, com uma manta, dois gatos aos meus pés confortavelmente deitados, uma caneca com chá de verbena, sem preocupações e um livro qualquer nas mãos. Preferencialmente a banda sonora seria Nirvana.

Sim, saboreiem a minha mediocridade típica de uma adolescente de 17 anos.

2016. E agora?

Bem, o sofá já desapareceu à muito tempo, a manta está algures dentro do roupeiro, apenas um gato se encosta em mim, o outro já não vive para o fazer, o chá foi substituído por qualquer coisa com cafeína, muita, de preferência, as preocupações são como elefantes nas minhas costas, os livros? Só se for os pesados da Universidade. A banda sonora varia agora entre Exo, Guns N' Roses, BTS, Nirvana, Big Bang e The Neighbourhood (passando ocasionalmente por Beethoven e Eminem).

Mas, no meio de tudo isto, ainda consigo apreciar que o facto de ter tudo isto é sinal que estou viva e que tenho bênçãos que muita gente no mundo apenas sonha.

Não acredito naquela coisa de ano novo, vida nova. Queremos uma vida nova? Ora, então trabalhemos para ela. Não é um número num calendário que comanda as mudanças.



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